quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Para Lennon sem McCartney



PARA LENNON SEM McCARTNEY

Clóvis Campêlo


A revolução nós a fizemos
deitados no assoalho do estúdio
(um atrapalho no trabalho).
Disparamos sonhos a esmo
e nem mesmo vimos as
mudanças se consolidarem.
Oh, garota,
talvez você nem
saiba qual a razão!
Sempre fui solidão
e queria morrer.
Nuvens negras sobre
a minha cabeça,
prenúncios de sofreguidão
e nós apenas queríamos
a revolução.
Oh, meu bem,
esqueça Mao e Guevara,
eles nos custaram
os olhos da cara
e nem mesmo houve
céu ou terra,
inferno ou paraíso.


Recife, 2011

Um comentário:

José Rodrigues de Paiva disse...

Belo poema, Clóvis! Parabéns!