terça-feira, 15 de maio de 2012

Dever cumprido

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DEVER CUMPRIDO
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Clóvis Campêlo
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Nada melhor do que a sensação do dever cumprido no day after da conquista do bi. Não só pela conquista em si, como pela manutenção da quebra da hegemonia que o clube da Ilha mantinha ao longo dos últimos anos. Senão vejamos: de 2004, ano em que o Náutico conquistou o seu último título estadual, para cá, foram cinco títulos conquistados pelo Sport (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010), contra três do Santa Cruz (2005, 2011 e 2012) e apenas um do Náutico (2004). Ou seja, uma ampla supremacia do time rubro-negro, apoiada num orçamanto milionário e na sua participação na máfia do Clube dos 13.
Some-se a isso, as administrações desastradas do Santinha, aliadas aos diretores empresários que durante anos ganharam dinheiro com as contratações caras de jogadores de qualidade duvidosa, deixando sempre o ônus e as indenizações trabalhistas para o clube do Arruda pagar.
A chegada de Fernando Bezzera Coelho à presidência coral, em 2008, se dentro de campo não se manifestou de forma positiva na conquista de títulos ou grandes vitória, serviu para organizar o clube na parte administrativa e patrimonial, deixando para Antônio Luiz Neto, seu sucessor, um bom legado e uma estrutura adequada para as transformações no Departamento de Futebol e seus desdobramentos dentro das quatro linhas do gramado.
Hoje, nessa guerra do tostão contra o milhão, somos bi campeões estaduais de futebol profissional. Essa conquista atrevida e competente deu uma nova dimensão ao futebol pernambucano, que se via estagnado sob a ditadura econômica do clube rubro-negro da Ilha do Retiro.
Um outro aspecto altamente positivo e característico do Santa Cruz e das Repúblicas Independentes do Arruda, e que serviu para nos projetar internacionalmente na mídia esportiva, foi a força e a fidelidade da tocida coral. Definitivamente, estamos no rol dos grandes clubes de massa do futebol brasileiro e mundial.
Portanto, camaradas tricolores do Recife, Olinda e adjacências, somos bi e temos nas mãos a oportunidade de manter o clube coral numa rota ascendente em busca do lugar que merece e que ainda não reconquistou no cenário futebolístico brasileiro.
Se há dois anos atrás estávamos no limbo do futebol pernambucano, hoje, graças a um trabalho de equipe e de soerguimento, mostramos uma nova e competente forma de se administrar um clube de futebol: com pouco dinheiro, apostando na recuperação de jogadores já experiente, com uma comissão técnica de valor, com Zé Teodoro à frente, comandando tudo com vigor e profissionalismo, e, principalmente, com uma torcida que ama e alavanca o seu clube com força e coerência.
Portanto, a vitória por 3x2, domingo passado, na Ilha do Retiro, revertendo a vantagem mantida pelo Sport até o jogo final, foi o reflexo de todo esse trabalho árduo, constante e renovador.


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