domingo, 1 de fevereiro de 2015

Campeões do mundo


CAMPEÕES DO MUNDO

Clóvis Campêlo

Hoje, 29 de junho, Dia de São Pedro, faz 53 anos que conquistamos na Suécia o nosso primeiro título de campeões mundiais de futebol.
Jogamos vestidos de azul, com camisas compradas na véspera do jogo, já que a Suécia, a dona da casa e a outra seleção finalista, jogaria de amarelo.
A partida foi realizada às 14 horas, no Estádio Rasunda, em Estocolmo, sendo assistida por mais de 51 mil pessoas. O Brasil jogou e ganhou com Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo.
Ganhamos e ganhamos bem. 5X2 foi o placar com gols brasileiros de Vavá (2), Pelé (2) e Zagalo. O jogo foi apitado pelo árbitro francês Maurice Gulgue.
Consta que essa foi a primeira Copa do Mundo televisionada, sendo acompanhada por vários países europeus. O lançamento da segunda versão do satélite soviético Sputinik, em janeiro de 1958, permitiu a transmissão dos jogos para toda a Europa. Segundo a Wikipédia, 11 países europeus aderiram ao consórcio capitaneado pela estatal Sveriges Radio, que detinha os direitos de transmissão. Também foi a primeira Copa cujas eliminatórias foram disputadas por países da Ásia e da África.
Poucos meses antes da Copa de 1958, o avião que transportava alguns jogadores do Manchester United, que era a base da seleção inglesa, caiu em Munique. Enfrentamos a seleção inglesa, ainda pelas oitavas de finais, no dia 11 de junho, em Gotemburgo, empatando por 0x0. Esse, aliás, ainda sem Pelé e Garrincha no time, foi o único jogo que não ganhamos, em 1958. Consta que após esse jogo, os jogadores brasileiros se reuniram com o treinador Vicente Feola e decidiram que Garrincha e Pelé entrariam no time em substituição a Joel e Dida. A decisão mostrou-se acertada pois no jogo seguinte, contra a União Soviética, vencemos por 2x0 com grande atuação de Garrincha.
Uma outra curiosidade interessante sobre a Copa e a seleção brasileira diz respeito à camisa 10 de Pelé, que iniciou o torneio como reserva do nosso escrete. Consta que os dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos não enviaram para a FIFA a relação dos nosso jogadores com a respectiva numeração. Feito o sorteio pela própria FIFA, coube a Pelé a camisa nº 10, que se tornaria mítica e seria eternizada por aquele que até os dias de hoje é considerado como o Rei do Futebol em todo o mundo.
O Brasil, que no início da Copa não constava entre os favoritos, realizou seis partidas, ganhando cinco e empatando uma. O nosso ataque marcou 16 tentos e a defesa sofreu apenas 4 gols. Uma campanha meritória para uma equipe desacreditada. A conquista abriria espaço para o bicampeonato no Chile, em 1962, e para a conquista do tri, no México, em 1970. Serviria também para a afirmação do nosso futebol diante do mundo inteiro e para estimular a nossa auto-estima, jogando por terra o complexo de vira-latas de que tanto falava o jornalista e escritor Nélson Rodrigues.
Salve a seleção!


Obs.: Texto publicado originalmente no Blog Inútil paisagem, em 29/6/2011

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