Escultura do poeta Carlos Pena Filho pintada e pichada
Escultura do empresário Assis Chateubriand solene com um saco de lixo nas mãos
Escultura do jornalista Antônio Camelo, também pintada
Escultura de pessoa desconhecida que teve a placa arrancada
Escultura de Corbiniano Lins em homenagem aos mascates do Recife
Fotografias de Clóvis Campêlo / 2018
Clóvis Campêlo
Situada no bairro do Santo
Antônio, no centro histórico do Recife, segundo a Wikipédia, é a
mais antiga praça da cidade. Durante o domínio
holandês, constava nos mapas da época o local chamado de Terreiro dos Coqueiros.
Mudou de denominação várias vezes, sendo chamada de Praça
Grande, Praça do
Comércio, Praça da
Ribeira e Praça da
Polé. Em 1816, após uma reforma, mudou de
denominação para Praça da União.
Finalmente, em 1833, recebeu o nome atual de Praça
da Independência. Porém, por abrigar
durante muito tempo o prédio
do Diario
de Pernambuco, passou a ser chamada pelo povo
recifense como a Pracinha do Diário.
Segundo texto da
pesquisadora Samira Adler Vainsencher, publicado em 2003 no site da
Fundaj, “a Praça
da Independência é considerada, hoje, como aquela de maior
movimento na cidade do Recife. Por ela, cruzam e iniciam avenidas e
ruas de grande relevância, tais como a rua Duque de Caxias, a rua 1º
de Março, a avenida Dantas Barreto, a rua Nova, a avenida
Guararapes, o Largo do Rosário, a rua Matias de Albuquerque e a rua
Engenheiro Ubaldo Gomes de Matos. Como o coração do bairro de Santo
Antônio, além disso, é nela que onde são realizados os grandes
comícios e de onde partem passeatas, procissões, cortejos cívicos,
os blocos de carnavais. Esse logradouro público, portanto, continua
centralizando os mais recentes acontecimentos, manifestações e/ou
reivindicações ocorridos no Estado de Pernambuco, tanto por parte
da política, das religiões, quanto dos movimentos populares e da
cultura”.
Pois bem, é nessa praça
que estão colocadas esculturas e bustos de personalidades recifenses
ou de grande relevo, homenageadas pela cidade do Recife. A
praça hoje, porém, já não tem mais a relevância que tinha antes
do abandono do centro da cidade pelo poder público e pela iniciativa
privada. Como já dissemos antes em outros textos, encontra-se hoje
ocupada por prostitutas, mendigos e desocupados, os quais,
maltratados pela cidade, nem sempre sabem reconhecer a importância
daquelas figuras de pedra e cimento que ocupam permanentemente o
logradouro. Esvaziada de importância, com os grandes prédios ao seu
redor abandonados e em acelerado processo de ruína, inclusive o
prédio que durante anos abrigou o Diario de Pernambuco, a praça e
suas esculturas são constantemente agredidas pela população.
Na praça encontram-se
esculturas do poeta Carlos Pena Filho, do empresário Assis
Chateubriand, do jornalista Antônio Camelo, além de um busto cuja
placa arrancada não nos deixou identificar o homenageado. Na praça
também existe uma escultura em homenagens aos mascates do Recife,
confeccionada pelo artista Corbiniano Lins, recentemente falecido.
Pelas fotografias acima,
percebe-se que a intervenção popular nas obras nem sempre foram
positivas ou de reconhecimento. Sinceramente não sei a quem culpar
por isso. Se a cidade, por maltratar e abandonar o seu povo sofrido,
ou se a mesmo povo, deseducado e sem grandes esperanças de
reabilitação que devolve à praça a mesma violência e indignação
com a qual é tratada pelos poderes constituídos e pela urbe
ameaçadora.
Fica a pergunta solta no
ar.
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